Na semana do 7 a 13 de fevereiro, a aliança China-Rússia continuou reverberando na imprensa internacional como marco de uma nova era, que sela o fim da hegemonia norte-americana. O movimento de Putin neste tabuleiro foi decisivo para brecar a ofensiva dos Estados Unidos e de seus aliados na Europa visando ampliar a área de controle da OTAN, integrando a Ucrânia. Este continua o nó da questão ainda não resolvida. Foram infrutíferas as iniciativas diplomáticas de Macron e de Boris Jonhson junto a Moscou, disputando a atenção dos holofotes como interlocutores internacionais, menosprezados pela diplomacia russa. Biden, continuou disseminando o pânico de uma eventual invasão russa, interpretada por Putin como “especulação provocativa”, enquanto dá sinais de aliviar o cerco militar à Ucrânia. A conferir os próximos movimentos.
A possível vitória de Lula nas eleições presidenciais anima o capital financeiro internacional que aposta em futuros ganhos no mercado brasileiro de ações. A afirmação do presidente do Banco Central de que o mercado não teme a vitória do candidato petista, juntou-se a essa percepção mais geral do mercado, levando a uma desvalorização significativa do dólar. As pesquisas eleitorais mais recentes continuam indicando larga vantagem de Lula sobre Bolsonaro e falta de fôlego das candidaturas que disputam espaço na chamada “terceira via”. Analistas avaliam que a candidatura Moro esteja derretendo.
Houve, no entanto, muita movimentação e especulação no campo da direita, com a recente criação do União Brasil (PSL+DEM) e com as conversas visando atrair o MDB e o PSDB, enquanto Lula amplia sua influência no centro do espectro político. O apoio de Kassab pode levar o PT a ceder espaço para o candidato do PSD ao governo da Bahia. Setores do Centrão começam a sinalizar o desembarque do governo, fazendo aposta em Lula, que já abocanhou cerca de 21,8 % dos eleitores de Bolsonaro e o supera em termos de presença digital (15% x 11% de participação nas redes sociais, a partir de janeiro). Com a aprovação da criação das federações partidárias, muita movimentação também continuou ocorrendo no campo da esquerda, envolvendo negociações entre o PT e o PSB. O PT deve ceder espaço em alguns estados para assegurar alianças à esquerda, eleger uma bancada representativa no Congresso, ganhar governos estaduais de maior peso no colégio eleitoral e assegurar a governabilidade.
Enquanto isso, a terceira onda da pandemia provocada pela variante ômicron dá sinais de ter atingido o pico, como especialistas haviam previsto.