A Argentina foi o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil, há duzentos anos atrás. Para comemorar a data, o presidente argentino Alberto Fernández esteve mais uma vez em Brasília, onde foi condecorado. Segundo o presidente Lula, foram adotadas quase 100 ações para “dar concretude” ao projeto conjunto de desenvolvimento dos dois países, enquanto o governo brasileiro continua trabalhando na criação de uma “linha de financiamento abrangente” das exportações brasileiras para a Argentina.
Na Rússia, Putin começou a fazer a “limpeza” nas forças armadas em reação à rebelião do grupo Wagner que capturou uma cidade estratégica na fronteira com a Ucrânia e chegou a avançar rumo a Moscou, desestabilizando as relações de poder no Kremlin. Dois dos mais graduados generais da Rússia não aparecem em público desde o fracassado motim de mercenários liderado por Yevgueni Prigozhin, chefe do grupo Wagner.
Na França, manifestações populares se intensificaram ao longo da semana em repúdio ao assassinato do jovem Nahel, de 17 anos, alvejado pela polícia no subúrbio de Nanterre. Macron definiu como “imperdoável” e “inexplicável” o triste episódio que trouxe novamente à ordem do dia o debate sobre a violência policial, em particular em bairros pobres e contra minorias étnicas.
No cenário nacional, o principal e mais aguardado fato foi o julgamento de Bolsonaro no TSE que o tornou inelegível até 2030. Embora caibam recursos, dificilmente a decisão será revertida. Especula-se sobre o futuro político do ex-presidente e sua eventual ação como cabo eleitoral nas eleições de 2024. Ainda é cedo para prever, considerando que novos processos contra ele estão em andamento na justiça.
Repercutiu positivamente o anúncio por parte do Conselho Monetário Nacional de mudança no sistema de metas de inflação vigente há 24 anos, estabelecendo que o Banco Central deve perseguir seu objetivo de forma contínua, e não mais anual. Além disso, foi determinado que o alvo para a variação de preços será de 3%. Grandes bancos confirmam participação no programa “desenrola” que visa facilitar a negociação de dívidas acumuladas pelos setores mais pobres da população. Foi lançado pelo governo o Plano Safra voltado à agricultura familiar. O programa prevê a destinação de R$ 71,6 bilhões ao crédito rural para 2023 e 2024, 34% a mais do que na safra passada. Apesar da ampliação dos incentivos à compra de carros, a VW anunciou a paralisação, temporariamente, das atividades nas três unidades de produção no estado de São Paulo. Ou seja, apesar das iniciativas do governo para promover a retomada do crescimento, o processo continua sendo dificultado pela alta taxa de juros.
Um debate que deve continuar: definitivamente, a democracia não é um conceito relativo.