Semana de 19 a 25 de setembro/2022
No plano internacional a guerra na Ucrânia continuou ocupando espaço. Desta vez, a a ameaça de uso de armas nucleares por para resolver de forma drástica o que o exército russo não consegue meio da guerra convencional: assegurar o domínio dos territórios ocupados. Segundo analistas, o desenho para a justificativa é simples: “Se o Donbass é russo e a Ucrânia o ataca com ajuda ocidental, então é a Rússia sob ataque e isso remete à doutrina nuclear assinada por Putin em 2020. Segundo ela, a bomba será usada se o país for atacado com armas de destruição em massa, o que é meio óbvio. Mas também no caso de agressão contra a Federação Russa com armas convencionais, quando a própria existência do Estado estiver sob ameaça”.
A reação da coligação de países liderados pelos EUA foi imediata. Biden declarou na Assembleia da ONU: “Essa guerra busca a extinção do direito de a Ucrânia existir como um Estado, pura e simplesmente”, declarou. “O mundo precisa ver esses atos absurdos pelo que são. Se as nações puderem exercer suas ambições imperiais sem que haja consequências, então colocamos em risco tudo o que esta instituição representa.”
A resposta do chanceler russo no Conselho de Segurança da ONU deixou claro a aposta do Kremlin: “Invasão de território russo é um crime que nos permite usar todas as formas de autodefesa”, afirmou. “Os referendos vão mudar completamente o vetor de desenvolvimento da Rússia por décadas. E não só para nosso país. A transformação geopolítica do mundo será irreversível assim que os novos territórios estiverem incorporados à Rússia”, postou no Telegram.
O risco de uma recessão global com a elevação da taxa de juros por diversos países ocidentais para combater a inflação chamou a atenção. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que que “os juros terão de permanecer restritivos o suficiente para manter por um tempo a economia norte-americana rodando abaixo de seu potencial”, medida que traz como corolário a redução do emprego. Segundo ele é o “menor entre 2 males”.
A vitória da coligação de forças da extrema direita e da direita na Itália mostra que o futuro da democracia foi colocado a prova em mais um país europeu, tensionando internamente as relações na União Europeia. A conferir os próximos desdobramentos.
Por último, merece registro a reação negativa à tentativa de Bolsonaro usar a abertura da Assembleia da ONU como palanque eleitoral. Confundiu o espaço com o cercadinho em frente ao Planalto. Revés maior foi a notícia veiculadas por diplomatas norte-americanos de que “os Estados Unidos pretendem reconhecer rapidamente o vencedor das eleições brasileiras, em uma tentativa de desencorajar questionamentos dos resultados que possam levar a uma crise institucional ou a caos no país”.
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (22), mostra Lula com 47% das intenções de voto no primeiro turno da eleição presidencial. Em segundo lugar ficou Jair Bolsonaro (PL), com 33%. Ciro Gomes (PDT) teve 7% e Simone Tebet (MDB), 5%. Na pesquisa anterior do Datafolha, de 15 de setembro, Lula tinha 45%. Bolsonaro se manteve com 33%. Ciro e Tebet continuaram com 7% e 5%, respectivamente. Soraya Thronicke (União Brasil) caiu de 2% para 1%. Nos votos válidos, o ex-presidente conseguiu 50% (eram 48% na anterior).
Os dados apontam que Lula pode liquidar a fatura no primeiro turno. Analistas indicam que “ele está crescendo entre os indecisos, e não entre os eleitores de outros candidatos. Caso ocorra o voto útil, a vitória no primeiro turno se tornará ainda mais sólida”. Lula já conta com uma vantagem de 25 milhões nas intenções de votos. Recebeu apoios importantes na última semana como o dos ex-ministros Marina Silva e Meirelles, cuja afirmação de que Lula havia criado 10 milhões de empregos e tirado 40 milhões da pobreza impactou positivamente o mercado. FCH declarou em nota apoiar o voto pró-democracia. A declaração foi interpretada como uma adesão tardia ao “Ele não”. Mas o que mais se pode esperar de FHC?
Cresce a campanha pelo voto útil, assim como a adesão de artistas e intelectuais à campanha a favor da candidatura Lula. “O comando da campanha de Lula avalia que a migração do voto útil a favor do ex-presidente deve acontecer no decorrer da próxima semana, conforme o dia da eleição se aproxime. Por isso, a campanha acredita que uma onda pró-Lula poderia crescer e definir a eleição no primeiro turno”, destacou um analista.
Estrategistas da campanha Bolsonaro reconhecem a possibilidade da derrota, conforme matéria divulgada na imprensa. Segundo eles, “a formação de uma frente ampla em prol de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos dias poderá dar ao ex-presidente até quatro pontos nas pesquisas, o que definirá a eleição em primeiro turno”.
Enfim, deve vencer O Brasil da Esperança!