“Aberto em 15 de janeiro de 1759, após a aprovação do rei Jorge II em 1753, foi o primeiro grande museu público, gratuito, secular e nacional em todo o mundo. Não foi, entretanto, o primeiro museu moderno”. Essa afirmação bastaria para explicar a importância do Museu Britânico, em Londres.
Eu o visitei pela primeira vez em 1993, durante uma viagem patrocinada pelo British Council em cooperação com o Departamento de Relações Exteriores da UFMG. Na época, era coordenador geral da Escola 7 de Outubro e havia sido convidado pela Faculdade de Educação da Universidade de Nottingham, interessada em conhecer a experiência de formação sindical baseada na concepção paulofreiriana de educação.
Depois de atividades acadêmicas realizadas na universidade, passei uma semana em Londres conhecendo experiências semelhantes desenvolvidas pela Oxfam, sindicatos de trabalhadores do setor público e ONG´s. Nas poucas horas de sobra, pude caminhar pelas ruas movimentadas da capital londrina, passear pelos parques e visitar lugares históricos.
Foi numa dessas tardes que a professora da Universidade me deixou na entrada do museu, onde combinou me encontrar três horas depois. A primeira impressão foi de espanto e deslumbramento. Nunca visitara um museu com tamanha tradição e envergadura. Sabia que o tempo era escasso e priorizei as seções mais importantes de uma coleção que abriga a inacreditável cifra de mais de sete milhões de peças oriundas de todos os continentes!
Voltei ao museu vinte anos depois, na primavera de 2013, durante uma viagem turística de dez dias, tempo que imaginei razoável para conhecer Londres em seus pontos históricos e culturais fundamentais. Reservei duas manhãs inteiras para o Museu Britânico.
Ao ser fundado, reuniu três coleções: a de manuscritos medievais de Sir Robert Cotton (1570-1631); os manuscritos da coleção do Conde de Oxford, Robert Harley (16561-1724) e a enorme coleção de Sir Hans Sloane (1660-1753) envolvendo antiguidades clássicas e medievais, moedas, manuscritos, livros.
Sua história e concepção se confundem, na transição do século XVIII para o século XIX, com fatos históricos que marcaram a Europa, particularmente a rivalidade com a França de Napoleão, que inaugurara recentemente o Museu do Louvre. Denominado Musée Napoleon, seu acervo havia sido enriquecido com despojos de guerra de valor incalculável. Neste contexto de acirrada disputa entre as nações da Europa, a afirmação da identidade nacional passava também pela constituição de museus nacionais. A derrota de Napoleão, além de estimular a reconstrução do Museu Britânico, o enriqueceu com o acervo de antiguidades egípcias, incluindo a famosa Pedra Roseta, obtido com a capitulação do exército francês no Egito.
É parte desse acervo de arte egípcia, de valor inestimável, que apresento no Blog, a partir do registro fotográfico que fiz em 2013.