O romance de Gustave Flaubert, escrito em 1857, tornou-se um ícone da literatura universal, uma obra-prima, considerado por muitos críticos o melhor da história do romance. Uma excelente análise da obra foi realizada, anos atrás, pelo escritor e crítico literário Vargas Llosa: Orgia Perpétua, declaração de amor à Emma, personagem principal, e uma homenagem a Flaubert, ao fazer uma leitura rigorosa do processo de construção do romance.
Madame Bovary foi objeto de várias filmagens, desde o clássico de Jean Renoir, em 1934. O filme de 1991 do diretor Claude Chabrol, que também assina o roteiro, segue fielmente o romance e conta com o desempenho excepcional da atriz Isabelle Huppert no papel de Emma.
O tema polêmico do adultério, explorado magistralmente por Flaubert, escandalizou o público, a ponto de a obra ter sido proibida e liberada somente depois de uma notável disputa na justiça. O que chama a atenção no romance, e no filme de Chabrol, é a transgressão sem qualquer sentimento de culpa: Emma trai repetidamente o marido, busca incessantemente a realização pessoal, da mesma forma como rejeita o que é prescrito, sancionado e permitido às mulheres na sociedade de sua época. Isabelle Huppert dá vida e veracidade ao personagem, interpretando com intensidade momentos marcantes da trágica trajetória de Emma, permeada d ambição e decepção, paixão e lascívia, solidão e angústia, desespero e desistência. Emma, imortalizada nas páginas do romance, torna-se inesquecível por Huppert na tela do cinema.
Ficha técnica
Claude Chabrol, diretor e roteirista
Isabelle Huppert como Emmma
Jean-François Balmer como Charles Bovary
Premiações
1991- Festival de Moscou – Prêmios: Melhor Atriz (Isabelle Huppert) e Melhor Filme
1992- Globo de Ouro. Indicação: Melhor Filme. Oscar. Indicação: Melhor Figurino
Onde ver: site AdoroCinema