Fundado em 1973, o Museu de Arte Contemporânea de Caracas fica no Parque Central, complexo de arrojados prédios residenciais, comerciais e culturais na região central da capital venezuelana.
Possui um dos mais importantes acervos de arte contemporânea da América Latina, com aproximadamente 4.000 obras, abrangendo as principais tendências e movimentos artísticos do Ocidente, ao longo do século XX.
Visitei o MACC em 2009, ocasião em que apresentava uma interessante mostra em torno do tema: Corpo e Prazer. Vale a pena conhecer, como se pode observar pela pequena mostra de obras abaixo.
Destaco, a seguir, três quadros entre os inúmeros que me chamaram a atenção.
O retrato mostra uma mulher madura, cujos sentimentos parecem ter sido contidos pelos mais rígidos costumes e tradições. Seus cabelos são acomodados num toucado de fios reluzentes e espessos. Sulcos profundos marcam seu rosto. Tatuagens cobrem-lhe os braços como segredos insondáveis. O olhar angustiado revela a dor e o espanto. O colar de várias voltas aprisiona seu corpo como cadeias de uma trama inquebrantável.
No segundo, a nudez é recatada e distante. Seios pequenos e firmes se opõem ao ventre generoso, igualmente rijo. O olhar é curto e sem destino aparente. O quadro desperta sentimentos platônicos.
O quadro seguinte dialoga com o anterior, emitindo sinais contrários. Nele, tudo transpira desejo e sensualidade. As cores vibrantes acentuam a energia sob a pele, tropical e vulcânica. Os seios são igualmente pequenos e rijos. Como maçãs maduras, pedem para ser tocados. O rosto apoia-se numa das mãos e lança um olhar discreto, porém sedutor.
Uma das preciosidades do museu é a coleção de litogravuras de Picasso, conhecida como Suite Vollard. Aproveite para ver a leitura que faço dessas obras na sessão Artes Plásticas.