Escolhi três contos para inaugurar esta parte do Blog: O Banquete, Mimi e Seu Di. Foram escritos há tempos e estão sendo reunidos no livro que lançarei em breve. Remetem à pequena cidade de Santana, um espaço sem localização geográfica definida, que pertence ao universo imaginário de experiências vividas ou narradas, guardadas num canto da memória.
Dessas lembranças, escolhi um ponto de partida, uma reminiscência, e deixei a imaginação voar, sem me preocupar com a exatidão dos fatos, menos ainda com a reconstituição de personagens reais. Usei obras de arte, algumas famosas, outras nem tanto, como ponto de apoio para a narrativa, delas extraindo elementos que confundem a cena descrita ou a estória contada com a imagem em que a beleza foi perenizada pelo pincel do pintor ou a câmera do fotógrafo. Assim, os contos acabam sendo uma construção em que a iconografia da arte se mescla e se confunde com linguagem escrita, sem pretender que esta tenha a qualidade daquela.