No verão europeu de 1988, passei duas semanas com minha irmã Lúcia, o cunhado Fred e a sobrinha Luciana, então adolescente. Eles moravam, na época, numa pequena cidade, Rigelsberg, no estado de Saarland, sudoeste alemão e fronteira com a França. Fizeram uma programação interessante para minha estadia com eles: uma viagem, a cada dois dias, de cerca de 250 quilômetros por roteiros turísticos da região, entremeada de passeios de bicicleta ou de carro, pela redondeza da cidade, durante a manhã ou a tarde.
Guardo as lembranças desses dias num lugar especial da memória, aquele que fica perto do coração, por ser pleno de afeto e felicidade. Elas foram também registradas num elaborado álbum – Viagem pitoresca atravessando velhas culturas em paisagens contemporâneas – , feito por Fred e que mantenho entre meus guardados. Junto com ele, a carta da Lúcia, com uma delicada dedicatória:
Querido Alex
Finalmente seu álbum ficou pronto. Espero que goste, Fred o “preparou” com muito carinho.
A visita ao Castelo Eltz, ou Burg Eltz em alemão, foi um dos pontos altos destes roteiros. É o último da rota de castelos românticos da Alemanha, sem dúvida um dos mais bonitos. Situado numa curva do rio do mesmo nome, afluente do Mosel, remonta ao século XII. Nunca foi capturado ou destruído, sobrevivendo intacto às guerras que devastaram a região nos séculos XVII e XVIII e às convulsões sociais da Revolução Francesa.
O complexo abrange diversas alas e torres, construídas ao longo dos séculos. Passou por uma rigorosa reforma entre 1845 e 1888, conduzida pelo Conde Karl zu Eltz, que gastou na obra uma soma hoje avaliada em torno de oito milhões de euros. Um incêndio em setembro de 1920 destruiu parte do Castelo, restaurado nos anos seguintes. Está nas mãos da mesma família há 34 gerações.
As imagens postadas, a seguir, mostram a beleza do local e a riqueza desse patrimônio arquitetônico e cultural.