Seja bem-vindo!

No Sul de Minas, quando se quer conversar e o tempo é curto, é comum dizer: “Só um dedinho de prosa!” Ao criar este blog – Só prosa – o objetivo é divulgar meu trabalho, expondo-o à apreciação e, ao mesmo tempo, falar de temas relacionados à literatura, à pintura, ao cinema e à fotografia, a partir da experiência vivida como leitor, fotógrafo ou expectador. Sendo só prosa, não pretendo fazer análise, papo sério de especialistas, mas algo mais ligeiro, a reflexão que junta vivência e emoção, diálogo e aprendizado. Ao abordar semanalmente o cenário político brasileiro na seção Dados de Conjuntura, procuro alinhavar criticamente os principais fatos destacados na mídia, sem ter a pretensão de fazer análise de conjuntura, apenas o intuito de subsidiar a reflexão e o debate. Opiniões, comentários e críticas são bem-vindos. Venha prosear com a gente!

Alex Sgreccia

Me chamo Alex Sgreccia e sou sociólogo. Natural de Botelhos, Sul de Minas, moro em São Paulo. Mestre em Antropologia pela PUC SP, fui aluno regular do programa de doutorado do IFCH – Unicamp. Como bolsista da Fundação Fulbright frequentei o programa de doutorado da Faculdade de Relações Industriais e do Trabalho da Cornell University, NY. Deixei a carreira acadêmica para assessorar o movimento sindical. Fui sócio fundador e coordenador da Escoa Sindical 7 de Outubro, criada através de convênio de cooperação entre a CUT e a CISL, mediado pelo Ministério de Relações Exteriores da Itália. Fui também coordenador da Escola Sindical São Paulo.  A partir de 2003, assumi a coordenação do Departamento de Formação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde trabalhei por cerca de dez anos. Assessoro atualmente a CUT Nacional. Em 2011, fiz a primeira incursão na literatura ao publicar, em parceria com o fotógrafo Roberto Nardini, o livro Fotografia, o que será? Em fevereiro de 2021 publiquei o romance Escrevo porque te amo. Morar em São Paulo, essa metrópole multifacetada, me oferece a oportunidade única de experimentar e falar sobre cultura e política como dimensões entrelaçadas do cotidiano.

CULTURA

Literatura

Meu saudoso professor de português, Nicola Romano, ao avaliar uma de minhas redações, comentou que eu tinha um estilo direto e simples e devia continuar escrevendo. Nunca levei isto a sério. Passados muitos anos, comecei a fazer relatos de viagens, de minhas andanças pelo mundo. Lembro de minha mãe dizer que meus textos conseguiam fazê-la viajar comigo.  Sempre gostei de ler, aleatoriamente, sem um foco específico. Mais recentemente, passei a usar o pouco tempo disponível para ler obras que ocupam um lugar de destaque na história do romance. Foi uma redescoberta da literatura, que me levou a uma viajem para dentro de mim mesmo, ao acompanhar a estória de tantos e diferentes personagens. A literatura, especialmente o romance, passou a significar para mim o lugar onde a arte – a arte de escrever– encontra a vida, entrelaçando uma na outra. Nesta parte do Blog pretendo continuar proseando com os leitores sobre essas questões, ou outras, a partir do que venho escrevendo e lendo.

Persona

Os contos reunidos em Persona retratam personagens marcados pela angústia, em situações limite. O pintor relembra sua trajetória pontilhada de momentos em que esteve à beira da desistência. Quase cego, não consegue identificar as nuances de cores do entardecer nas montanhas do Sul de Minas onde se exila para viver os últimos anos de vida.…

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Diário inacabado do desejo

O executivo de meia idade registra, na forma de diário, as conversas na rede com pessoas em busca de uma relação afetiva. Os pretendentes o procuram atraídos pelas fotos. Ele os enreda na teia de sedução da qual extrai inusitado prazer, estimulando e explorando seu desejo, criando situações em que atração e sexo misturam-se com…

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Persona

Os contos reunidos em Persona retratam personagens marcados pela angústia, em situações limite. O pintor relembra sua trajetória pontilhada de momentos em que esteve à beira da desistência. Quase cego, não consegue identificar as nuances de cores do entardecer nas montanhas do Sul de Minas onde se exila para viver os últimos anos de vida.…

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Contos

Escolhi três contos para inaugurar esta parte do Blog: O Banquete, Mimi e Seu Di. Foram escritos há tempos e estão sendo reunidos no livro que lançarei em breve. Remetem à pequena cidade de Santana, um espaço sem localização geográfica definida, que pertence ao universo imaginário de experiências vividas ou narradas, guardadas num canto da memória. Dessas lembranças, escolhi um ponto de partida, uma reminiscência, e deixei a imaginação voar, sem me preocupar com a exatidão dos fatos, menos ainda com a reconstituição de personagens reais. Usei obras de arte, algumas famosas, outras nem tanto, como ponto de apoio para a narrativa, delas extraindo elementos que confundem a cena descrita ou a estória contada com a imagem em que a beleza foi perenizada pelo pincel do pintor ou a câmera do fotógrafo. Assim, os contos acabam sendo uma construção em que a iconografia da arte se mescla e se confunde com linguagem escrita, sem pretender que esta tenha a qualidade daquela.

Marlene

Paro diante das árvores centenárias, duas figueiras cujas copas atingem…

The marine

Are you there ? Yes, I’m hear my dear. How…

Minas

Está imerso no ambiente difuso em que o sonho parece…

Cinema: Um certo olhar

O cinema despertou meu interesse desde criança. Aos domingos, costumava ir com irmãos à matinê, sessão da tarde no Cine São José frequentado por crianças, adolescentes e casais de namorados. Repetia-se o filme passado na noite anterior, sessão geralmente frequentada por meus pais. Me lembro de os observar saindo de casa e mal podia esperar a manhã seguinte, quando minha mãe nos contava o enredo do filme a que assistiríamos na matinê. Dorothy Lamour, Ava Gardner, Silvana Mangano, Gary Cooper, entre outros atores e tantos personagens, passaram a habitar meu mundo de sonhos, distante da realidade do dia a dia, aquele projetado na tela do cinema. Nada se comparava às aventuras do Tarzan, o seriado protagonizado por Jhonny Weissmuller, cujos episódios eram apresentados depois do filme principal. Nos tempos de faculdade em São Paulo, no início dos anos setenta, passei a frequentar cinemas de arte, onde conheci os grandes mestres pelos quais continuo apaixonado: Visconti, De Sica, Fellini, Bergman, Pasolini, Antonioni, Truffaut, Resnais, Glauber, Nelson Pereira dos Santos, entre outros. Nesta parte do Blog revisito os filmes desses e de outros diretores que aprendi a admirar.

Filhas do Vento Inúmeras críticas já foram feitas ao filme, ressaltando o significado da obra que arrebatou a maior parte…

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Madame Bovary

O romance de Gustave Flaubert, escrito em 1857, tornou-se um ícone da literatura universal, uma obra-prima, considerado por muitos críticos…

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Espaços Culturais

Gostava de chegar mais cedo à Avenida Paulista para ver o pôr do sol sob o vão do MASP, antes de ir para a faculdade localizada na Avenida Paulista. Foi ali, no MASP, que começou meu verdadeiro aprendizado sobre artes plásticas. São memoráveis os momentos que passei em frente às pinturas, de artistas renomados de diferentes épocas, fixadas em painéis de acrílico, uma das inovações ousadas de Lina Bo Bardi, também responsável pelo projeto arquitetônico do museu. Pareciam flutuar no espaço. Difícil de descrever a beleza e a emoção que despertavam no jovem estudante que estava descobrindo a metrópole e, através deste museu, viajando pelo mundo das artes. São Paulo oferece uma quantidade expressiva de museus e espaços culturais. Em minhas andanças, conheci vários outros. Apresento nesta parte do Blog aqueles que fizeram a e ainda fazem parte desse aprendizado.

Arte de rua

Sempre observei, com curiosidade, a arte de rua. Geralmente parava para ver mais de perto as imagens ou cenas que por um motivo ou outro – as cores vibrantes, o gesto inusitado, a composição de formas ou a figura singular – provocavam certa inquietação. Procurava compreender porque despertavam meu olhar. Com o tempo, passei a fotografar as mais interessantes. Começar a registrá-las de forma mais sistemática no bairro onde moro foi só um passo. Verifiquei que algumas permaneciam por mais tempo, chamando a atenção do transeunte num local especial de uma determinada rua, outras eram efêmeras, sendo substituídas em pouco tempo por algo novo ou eram simplesmente apagadas. Algumas eram obras de artistas solitários, que nelas deixavam um detalhe como sua marca registrada ou assinatura. Outras eram criação coletiva e estavam em constante metamorfose. A técnica era vigorosa e ligeira, de quem provoca a tensão e a atenção, ou de refinado apuramento estético, reproduzindo cenas históricas ou criando um universo onírico em que a imaginação dá vazão ao sonho. Nunca me preocupei com o debate, presente em certas rodas, se era apropriado chamar essas obras de “arte de rua”. Muitos daqueles que surgiram nas ruas tiveram lugar de destaque em mostras de arte famosas, alguns ganharam fama internacional e expõem regularmente em museus e espaços dedicados à cultura e à arte contemporânea. O que mostro nesta parte do Blog é um pequeno registro da arte de rua em Pinheiros, na década de 2010. A meu modo e despretensiosamente faço sua leitura, com a mera intenção de provocar a reflexão e o diálogo. Nada mais apropriado para o Só Proseando!

Artes plásticas

Nesta seção do Blog dedicada às artes plásticas apresento obras que compõem meu pequeno acervo, a maioria delas criadas por meu irmão Vicente, gravurista e pintor, e sobre trabalhos que ando admirando em minhas visitas a museus e espaços culturais de São Paulo ou de outras metrópoles. Depois de ter estudado Belas Artes em Belo Horizonte, Vicente, foi orientado por uma de suas mestres, Yara Tupinambá, a se mudar para o Rio de Janeiro para dar continuidade à promissora carreira. Acompanhei esses momentos e suas várias premiações com interesse e orgulho. Como já disse em outras seções, não tenho a menor pretensão de fazer uma análise acurada desses trabalhos, obra da crítica especializada. Meu olhar é desprovido desse conhecimento, mas movido pelo prazer de descobrir a beleza contidas nas obras, juntando reflexão, aquela que brota espontânea, no momento em que se observa, com a emoção provocada pela descoberta. Dessa forma, procuro destacar elementos que possam enriquecer a prosa com aqueles que visitam o Blog.

POLÍTICA

Dados de Conjuntura

O Dados de Conjuntura é editado regularmente no início da semana e apresenta, de forma sintética, uma leitura das questões que foram destaque na mídia na semana anterior. Não tem a pretensão de ser uma análise de conjuntura, como tradicionalmente este trabalho é concebido. O Dados procura apenas alinhavar os principais fatos ocorridos na cena política com o olhar crítico, produzindo uma síntese que faça sentido. Ao compartilhar esse produto, ofereço àqueles que buscam compreender o que está ocorrendo no país mais um subsídio que estimule o debate e a reflexão.

MEMÓRIA E COTIDIANO

Fotografia

Comecei a fotografar com a pequena Olympus, que ainda tenho comigo. Apesar de poucos recursos, comparada com as câmaras mais sofisticadas na época, consegui fotos memoráveis e tomei gosto pela fotografia. Nos anos noventa, comprei a primeira Nikon. Meu cunhado sempre me ajudou a escolher lentes e outros assessórios numa loja especializada em Munique. Foi lá que comprei a Nikon D5100, depois de ter experimentado a foto digital com câmaras pequenas. No entanto, muitas das fotos que apresento no Blog foram feitas com o celular. Infelizmente, São Paulo não dá a segurança para sair pelas ruas com uma câmara profissional a tiracolo. Apresento duas abordagens que retratam minha experiência com a fotografia. Na primeira – Instantes – disponibilizo fotos que foram feitas naquele exato momento em que os olhos capturaram a imagem, a partir de um ângulo, uma emoção. Na segunda – Estudos – apresento fotos que resultaram de um trabalho mais especulativo de buscar um fragmento, uma tonalidade, uma forma, uma ideia. Na primeira série do Estudos, presto uma pequena homenagem ao amigo e fotógrafo Roberto Nardini, ao seguir, sem permissão e por uma única vez, sua trilha de fotografar troncos de árvores e transformar as fotos em obras de rara beleza. Meus estudos não têm esta pretensão, reservada aos grandes mestres como ele.

Instantes
Estudos

No Dicas Gourmet apresento possibilidades que têm tudo a ver com quem mora numa metrópole como São Paulo e tem que conciliar, no dia a dia, trabalho e vida. A primeira está relacionada a espaços que frequento com regularidade, quando encontro amigos para um happy hour ou nos finais de semana, quando prefiro uma boa alternativa para não fazer a refeição em casa. Na segunda, compartilho receitas de pratos, drinks, aperitivos, bolos e pães que passei a fazer, ao ficar recluso em home office em função da pandemia da Covid, ou que costumava a fazer, vez por outra. Divido esta parte com minha irmã Lúcia, que herdou de nossa mãe o dom de cozinhar e sempre surpreende com novidades de dar água na boca. Experimentei em sua casa, em Munique, algumas dessas receitas. Continuam na memória como momentos raros em que uma boa prosa é acompanhada de um prato diferente, saboroso, e um bom vinho.